Origem

“Fora da Terra Quente, só nos planaltos de Miranda e Mogadouro a criação é mais apurada. Miranda produz uma variedade de badano da terra quente de menor corporatura e velo mais curto, e tem a particularidade de atingir a máxima densidade da região (90,8 cabeças por 100 ha). Num meio como este, orientado essencialmente para a criação bovina, os rebanhos de carneiros – os ganados como lá dizem, teriam decrescido tanto mais que os baldios quase desapareceram, se não fora o alento que sempre lhes deu a exportação para Espanha, intensa a partir do tratado de 1893.” Virgílio Taborda, 1932

 

As referências aos ovinos do Planalto Mirandês datam de muitos séculos, segundo os Forais de Miranda (1686-1510). A primeira vez que se consideraram raças diferentes em Portugal foi em 1870, no primeiro censo efetuado a nível nacional. Nesta altura existiam, em Trás-os-Montes, os Bordaleiros comuns no Planalto Mirandês e os Merinos Badanos na “Terra Quente”, de Torre de Dona Chama a Torre de Moncorvo, do distrito de Bragança (Azevedo, 1996). Segundo o mesmo autor citando Ramos da Costa (1964) no Planalto Mirandês existiam os ovinos churros do tipo Galego Mirandês. Desde então a classificação dos ovinos foi sofrendo algumas alterações mas a raça Churra Galega Mirandesa sempre foi referenciada e, sem dúvida alguma, esta tem relações filogénicas com ovis aries studery (DGP,1987).

A produção de lã era a matéria base do vestuário dos mirandeses: “O mirandês veste camisa de linho e burel, pardo, feito nos teares manuais (…). A capa de Honras Mirandesa é ainda hoje um símbolo de indumentária de Miranda” (Mourinho, 1991, citado por Garcia, 2002), atualmente ostenta pouco significado económico para a região.